Project Hail Mary

Primeiro livro que eu leio do Andy Weir, que ficou famoso pelo livro The Martian, que foi adaptado por Hollywood.

Eu já tinha ouvido falar que ele põe bastante ciência na ficção científica dele, mas que tinha uma ritmo bom e interessante. E é completamente verdade, muito parecido com o filme, ele é todo em primeira pessoa e com monólogos sobre o que ele está pensando e como resolver os problemas.

O que nos traz para o meu problema comi livro: a única forma que Weir encontrou de manter esse ritmo rápido e desenfreado é sempre ter algo errado acontecendo que ele precisa resolver imediatamente. No começo é a amnésia, com flashbacks que vão preenchendo os buracos. Depois, outros desastres vão acontecendo. Mas quando chega mais ou menos em 2/3 do livro, esses novos incidentes começam a parecer cada vez mais artificiais, meros plot devices para manter a tensão. E várias vezes eu fiquei pensando “como ele não previu isso?”, o que me tirou um pouco da imersão da leitura.

Mas de forma geral ainda é um excelente livro de ficção científica a vale a pena ler.

Entregas expressas da Kiki

Que grata surpresa descobrir que um dos meus desenhos favoritos do Ghibli é adaptação de um livro. E surpresa ainda melhor ver que o livro é ainda mais aconchegante e delicado. Eiko Kadono traz uma graça poética com cada parágrafo. As ilustrações de Daniel Kondo complementam o livro de forma impecável

Children of Blood and Bone

Vi esse livro no jornal sobre obras de fantasia que usam mitologia fora da Europa como parte do seu mundo. Fiquei muito interessado por esse pique usava s cultura Africana dos Orixás, e até achei que era nacional, dado o tema, mas descobri que foi escrito nos EUA. Parece que mesmo quando eu tento ler algo nacional, acabo voltando para o inglês.

O livro é muito bem escrito e os personagens são bem desenvolvidos, mas tem algo que não encaixa, ou talvez, encaixa bem demais. Tem vários momentos em que eu senti que a escritora quis aumentar a tensão ou fazer um twist na história, mas fica artificial, da para ver os fios por trás das marionetes, o que quebra a imersão no mundo. Como diria a minha mãe, da para ver a técnica no texto.

Ainda assim, é um mundo muito interessante e eu pretendo ver como a história continua

Truth of the Divine

Segundo lindo da série Noumena, e o segundo livro da autora. Gostei muito dos personagens novos e de termos mais detalhes dos alienígenas e do “superorganismo”, a aparente sociedade deles. Mas realmente não gostei do fim, tudo parece um pouco trágico demais e a protagonista simplesmente desiste de lutar no final, não sei qual exatamente é a mensagem que isso passa. Vou ter que ver como ficam as coisas no próximo livro

Guards! Guards!

Continuando minha releitura dia livros de Discworld, esse pode ser considerado o primeiro livro da “City Watch”, apesar de alguns personagens como Vimes e o Patrício já tem aparecido antes. E Pratchett começa a definir melhor o estilo das histórias desse mundo e dessa série especificamente, indo numa direção dos policiais e histórias de investigação, sem nunca perder o humor e a sátira que existem desde o primeiro livro.

Gender Euphoria

Como a incrível Rita von Hunty disse recentemente, “o sistema binário de gênero é uma ficção social europeia”. Nesse espírito e para provar que é possível falar da experiências da comunidade LGBTQIA+ além do sofrimento e das tragédias, a não menos incrível Laura Kate Dale organizou esse livro com várias pessoas diferentes para relatar momentos em que elas sentiram “euforia de gênero”, ou seja, quando se sentiam felizes e completamente confortáveis com seu próprio corpo. Esse livro me ajudou a ver como coisas simples como cabelo ou tatuagens podem carregar um gênero imposto pela sociedade e como as pessoas são forçadas a se encaixarem nesse sistema binário completamente artificial.

Axiom’s End

Eu vi Lindsay Ellis pela primeira vez no canal do Nostalgia Critic. Ao longo do tempo, comecei a seguir o canal dela, em que ela sempre teve videos muito interessantes sobre cultura pop. Foi uma grata surpresa quando ela disse que ia lançar um livro esse ano e pude participar do lançamento do livro, porque, com tudo fechado, fizeram um lançamento virtual.

É realmente impressionante pensar que este é o primeiro livro dela, mesmo sabendo que ela demorou 10 anos para ter a versão final do texto. Ao mesmo tempo, fica muito claro todo o conhecimento que ela tem e exibiu ao longo dos anos sobre Fantasia, Ficção Científica e como histórias são contadas. Não só foge de qualquer clichê do formato, como sempre tinha uma tensão do que poderia acontecer na próxima cena ou para onde o enredo iria.

Como não poderia deixar de ser nessa época, Axiom’s End é o primeiro livro de uma série, então vamos ver que surpresas Ellis vai nos brindar nas próximas obras

Ayoade on Top

Escrito por Richard Ayoade

Curiosamente, eu soube desse livro através do Graham Norton, o melhor show de entrevistas que eu já vi, mesmo que sejam só os trechos que aparecem no Youtube. De qualquer forma, num desses trechos, Richard Ayoade, que ficou famoso pelo show The IT Crowd, comenta que escreveu um livro sobre uma pérola do cinema, ignorada pela maioria: View From The Top, com Gwyneth Paltrow, Mark Ruffalo e dirigida por Bruno Barreto, talvez mais conhecido por aqui por “O que é Isso Companheiro?”. Ayoade portanto resolve trazer a público e à superfície essa obra prima da sétima arte.

A primeira coisa que notei, é que Ayoade tem completo domínio não só da escrita, mas do discurso retórico usado pela Academia, Literati, Intelligentsia e polímatas de plantão para defender qualquer assunto. Ele faz uma pesquisa profunda e mostra paralelos que só seriam mais incríveis se tivessem sido inventados, aliás, o fato de todas as referências realmente existirem, mostra não só a criatividade do autor como a vida real é a melhor fonte dos exemplos mais estranhos.

Esse livro é ao mesmo tempo uma leitura leve e divertida e algo que me fez pensar muito e ir atrás de várias das referências citadas aqui.

Hero

Eu tinha uma regra que dizia que se o autor tivesse “Terry” ou “Moore” no nome, o livro era no mínimo muito bom, com chances de ser genial. Tinha funcionado muito bem até agora: Alan Moore, Terry Pratchett, Richard Moore, Terry Moore, que é completamente genial, provavelmente por seguir a regra 2 vezes. Até ler um livro de Perry Moore.

E o livro não é horrível, tem ideias bem interessante no campo de filho de super heróis que começa a descobrir seus poderes e etc. O problema principal é que o autor não se decide entre um tom super sombrio com uma mãe ausente, um pai potencialmente abusivo e muitos outros problemas. Por outro lado, é super leve e engraçadinho com paralelos claros a Super-Homem, Batman e Mulher Maravilha, entre outros, com um clima de My Hero Academia, ou Harry Potter. Ainda por cima,tem um romance platônico com um garoto com que ele joga basquete.

Mas o autor até escreve bem, e as coisas estavam caminhando bem. Mas aí aparentemente Moore decide que precisa entrar no terceiro ato imediatamente e tira uma crise do nada, com direito a controle mental, explosões e um twist tão sem sentido e sem fundamentos no livro até aquele momento que o próprio Shyamalan ficaria receoso de usar.

Enfim, pelo menos acabou. E eu continuo na minha busca de bons livro sobre super poderes