Loki

A maneira mais rápida de descrever a série no da Disney é como “Dr. Who” com personagens da Marvel. Basicamente, o irmão de Thor descobre que tem uma agência responsável por manter a ordem entre todos as versões alternativas da realidade e evitar que exista outra “Guerra do Multiverso”.

Owen Wilson está ótimo e todas as cenas dele com Hiddleston são ótimas. O resto do elenco principal também vale muito a pena

O cruel é que até agora as séries novas da Marvel eram complementares, façam um contexto maior ou mostravam histórias paralelas só que aconteceu nós filmes. Mas Loki talvez mostre o motivo do “Multiverse of madness” do filme do Dr Estranho ou o que quer que aconteça no próximo filme do Aranha

Viúva Negra

Como estou de férias e tive uma sexta muito boa, resolvi me dar de presente esse filme novo da Marvel que está no Disney+ por “apenas” $70.

Esse seria o primeiro filme da tal “fase 4” do MCU, agora que a saga do Thanos está completamente terminada. Por outro lado, é um filme que está cozinhando há anos desde o primeiro filme dos Vingadores, pq sempre alguém perguntava pq a Viúva não tinha um filme próprio, assim como seus companheiros do grupo e o Sr Feige dizia que claro que vão fazer, era só questão de encontrar a história certa. O que é curioso, já que não faltam casos interessantes nas hqs e não houve essa demora no caso do homem de ferro, do capitão, ou mesmo do Thor.

Enfim, chegamos em 2021 como filme em mãos. É muito bem feito, o elenco principal está ótimo, principalmente David Harbour e Florence Pugh. Uma coisa muito boa é que os trailers não entregam a história, como já aconteceu no passado. Temos uma construção sólida da relação de Natasha com sua irmã e objetivos claros do que precisa ser feito. Acho que é num ótimo filme de espionagem/ação, o problema parece ser a bagagem do MCU e “ter” que começar esse novo ciclo, porque eu fiquei esperando para ver como esse filme se liga com o resto e quais vão ser os próximos passos, já que agora é praticamente esperado que tudo seja interconectado. Nesse sentido, o filme parece um daqueles “episódios do meio” de uma série, em que nada importante acontece, já que está definindo a fundação para o que vai acontecer depois.

Teremos que aguardar para ver como a teia de filmes vai ser tecida daqui para frente

The Mandalorian

É quase oficial de que Star Wars se inspirou enormemente por filmes do Kurosawa e de histórias japonesas de maneira geral, então não é bagunça surpresa quando se mostrou que Mandalorian é praticamente uma adaptação de Lobo Solitário, um dia mangás mais famosos e que conta uma história de um samurai que perdeu tudo, acompanhado de seu filho pequeno.

A série demora um pouco para pegar o ritmo e achar o equilíbrio entre faroeste, samurai e monstro da semana, mas por volta do 4o episódio da primeira parte, já temos um ritmo excelente e personagens muito interessantes.

A única coisa que eu preferia que eles tivessem feito diferente era ter continuado com o foco nos personagens novos, ao invés de se apoiar em personagens conhecidos.

Soul

Existe uma regra não escrita da Pixar: “Ou você chora no começo, ou chora no final”. Soul com certeza faz parte do segundo caso e acho que o exemplo mais claro que não foi feito para crianças. Acho que é uma continuação dos temas que Docter tratou em Inside Out com algumas variações. No filme anterior, ele mostra como não existe emoções boas e ruins, como tudo tem o seu lugar. Em Soul, ele mostra como não existe um propósito único na nossa vida e que existem pessoas que simplesmente gostam de andar ou de olhar para às árvores.

No entanto, essa mensagem extremamente importante e delicada pode ficar perdida no meio das piadas e das regras criadas no mundo dessa animação. Nos videogames, foi criado um termo chamado “dissonância ludonarrativa”, que quer dizer que já uma contradição entre a história do jogo e como ele funciona, o que o de jogador precisa fazer para progredir. Por exemplo, um jogo tem uma cena em que o protagonista reclama do horror de matar uma criatura, porque ele está sozinho nessa ilha e precisou matar um cervo para sobreviver, mas por outro lado, a mecânica do jogo é matar centenas de capangas para passar de fase, e ganhar bônus quando o herói atira na cabeça dos vilões.

Da mesma forma, há uma contradição entre a mensagem do filme e as regras criadas nesse mundo, a “mecânica” de como o mundo funciona. A mensagem do filme é de que não há um propósito único para cada pessoa e que a vida é imprevisível e que cada um precisa aprender conforme vive. No entanto, nesse mundo as almas só podem ir para a Terra quando elas tem o seu “spark” preenchido, ou seja, elas precisam de um propósito sim para poder nascer.

Não estou dizendo que o próximo filme da Pixar, ou do Docter precisa de um tratado completo e um mundo descrito nós mínimos detalhes para contar uma história, mas talvez tomar um pouco de cuidado nas regras que são criadas para o mundo que vamos visitar

Frozen II

O primeiro Frozen foi o primeiro desenho da Disney a quebrar completamente com a fórmula da princesa que eles mesmo criaram a tanto tempo atrás com A Branca de Neve. Não há par romântico, aliás Elza não tem nenhum interesse em romance e a irmã é caçoada por se apaixonar rapidamente.O segundo filme, na verdade, funciona como um filme de origem, mostrando daonde vem os poderes de Elza, assim como a história do reino de Arendell. E continuando a quebrar regras, este filme não tem vilāo de qualquer tipo. O ponto principal do filme é explorar o passado das irmãs e como elas se complementam e tomam decisões diferentes.